quinta-feira, 23 de junho de 2011

Vinte e dois hospitais públicos implantam programa que evita a solidão

    O que começou com uma simples "brincadeira" transformou-se em um projeto implantado por 22 hospitais da rede publica de São Paulo especializados no atendimento infantil. O programa incentiva a troca de cartas entre as crianças internadas, sendo uma ajuda para os pequenos pacientes que ficam meses ou até anos internados em tratamento.
    As crianças fazem novas amizades, pois elas acabam conhecendo os novos amiguinhos através da cartas amenizando o sofrimento pelo qual estão passando.

Veja reportagem completa:

15 mil farmácias vão distribuir remédios grátis para pressão alta e diabetes

    Serão distribuidos de graça remedios para o tratamento do diabetes e hipertensão (pressão alta), pelos estabelecimentos que participam do programa Aqui tem Farmácia Popular. As drogarias privadas oferecem descontos atraves de parceria com o governo federal em que o governo paga 90% do valor do produto. Medicamentos para hipertensos e diabeticos o paciente não precisa pagar nada.
   O Brasil tem 7,5 milhões de diabeticos segundo o ministério da Saúde e segundo dados do IBGE, no Brasil 14% da população têm pressão alta, sendo que 33 milhões dos brasileiros são hipertensos e 22,6 milhões fazem o tratamento pelo SUS o que representa 80%, sendo a hipertensão a doença crônica que mais atinge os brasileiros.
   Alem da distribuição para medicamentos para hipertensos e diabeticos, o programa Aqui Tem Farmácia Popular oferece 24 tipos de medicamento com 90% de desconto para doenças como: asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma. 

   Para ter acesso aos remédios, é preciso apresentar CPF, documento com foto e receita médica.

Leia mais sobre o assunto:

Por que o Brasil é exemplo no combate contra AIDS?

 

     Após 30 anos do relatório oficial do Centro e Controle de Doenças americano sobre a epidemia de HIV/AIDS, o país que tem apresentado a melhor resposta para o controle da doença não são os Estados Unidos, nem qualquer outro país dito “desenvolvido”. Trata-se do Brasil.
     Eduardo Gomez, especialista em políticas públicas e administração americana, conta que, se surpreendeu com a resposta rápida do Brasil à epidemia, especialmente quando comparado com outras nações.
     “Depois de viajar para diversas cidades em todo o país, entrevistando pacientes com AIDS, autoridades de saúde e ativistas, eu percebi que o governo estava de fato totalmente comprometido com a erradicação da doença”, conta. “Os brasileiros queriam provar ao mundo que tinham a capacidade técnica e o compromisso político necessários para fazê-lo. Conseguiram”.
Dentre as razões para o sucesso do país, estão as agressivas campanhas nacionais de prevenção para grupos de alto risco, que têm contribuído para um declínio acentuado dos casos da doença no Brasil. Devido à criação de programas nacionais de prevenção direcionados a homens gays e mulheres – em 2002 e 2007, respectivamente -, o Brasil tem apresentado um declínio acentuado nos casos de infecção do vírus HIV nos dois grupos.
     Entre os homossexuais masculinos, houve 3.376 novas infecções em 1996 e apenas 647 em 2009 – uma queda de 81%. Entre as mulheres, os números caíram de 7.419 novos casos em 1996 para 2.034 em 2009 – 73% a menos.
Em comparação, a infecção entre o maior grupo de risco nos Estados Unidos, atualmente homens afro-americanos e gays, permanece elevada: se em 1998 haviam sido registrados 20.672 novos casos entre afro-americanos, esse número aumentou para 21.549 11 anos depois. Enquanto isso, 17.357 infecções foram notificados em gays em 1998, apresentando apenas uma leve queda para 14.383 em 2009.
     Considerando que vivíamos em uma ditadura militar com uma distribuição muito desigual da cobertura dos cuidados de saúde 20 anos atrás, como explicar isso?
De acordo com Gomez, o primeiro indício está no dinheiro. De 2000 a 2007, o Congresso brasileiro quase dobrou a quantidade de financiamento para o combate à AIDS – de 713 mil reais no começo da década para 1,3 bilhões em 2007. Os gastos nos EUA, por exemplo, cresceram em um ritmo mais lento.
     O Brasil também tem feito um trabalho melhor ao providenciar medicamentos contra a doença. Em 1996, o Congresso aprovou uma lei federal determinando o fornecimento universal de medicamentos antirretrovirais. Os gastos com esse tipo de droga deu um salto de R$ 25 milhões em 1996 para mais de um bilhão de reais em 2009.
“Em contraste, os Estados Unidos têm se mostrado sistematicamente “atrasado” de garantir o acesso ao remédio”, afirma Gomez.
     Ao perceber que as cidades tinham necessidade de financiamento para ajudar a combater a doença, o governo brasileiro criou novos programas de apoio. Em 2002, surgiu o Fundo-a-Fundo, que prevê verba mensal para as cidades que demonstrarem necessidade. O financiamento para este programa aumentou de 579 mil reais em 2003 para 1,5 bilhões de reais em 2010. Nos Estados Unidos, pelo contrário, o último programa desse tipo criado data de 1993.
     Os profissionais de saúde no Brasil aprenderam desde cedo que precisam trabalhar em conjunto (SUS) com a sociedade civil a fim de combater com sucesso a AIDS. Atualmente o SUS é o responsável pelos diagnósticos, prevenção, conscientização e tratamentos gratuitos, assim como toda a distribuição dos remédios necessários. A partir de meados da década de 1980, o governo convidou ativistas gays e representantes de organizações não governamentais para ajudar a elaborar políticas e aprender mais sobre o vírus e as necessidades de cuidados de saúde. Essa incorporação nunca ocorreu nos EUA.
     Até nossa situação política ajudou no combate à AIDS. Com o fim da ditadura, o acesso aos cuidados de saúde como um direito humano foi garantido na Constituição de 1988.
     Quando a doença surgiu, o governo foi forçado a fazer o que podia para garantir o acesso aos medicamentos, segundo Gomez. O país, então, entrou em intensas negociações com empresas farmacêuticas para baixar os preços das drogas. “Caso ambas as partes não chegassem a um acordo, as empresas farmacêuticas enfrentariam o fantasma de o Brasil produzir e distribuir versões genéricas de medicamentos patenteados”, conta.
     Os esforços do país lhe renderam prêmios internacionais: da Fundação Bill & Melinda Gates, como melhor modelo de resposta à AIDS em 2003, da UNAIDS, em 2004, além de elogios do renomado médico Sanjay Gupta, da CNN, como a “inveja do mundo” em 2009. E o governo continua aumentando o seu compromisso contra a epidemia.
     O governo brasileiro, porém, não pensa apenas no seu próprio país, afirma Eduardo Gomez. O reconhecimento mundial motivou o país a ajudar as nações africanas a desenvolverem a capacidade necessária para produzir medicamentos antirretrovirais. 

Relato do acompanhamento:

     Durante um acompanhamento da paciente F.M, 30 anos, sexo feminino, portadora do HIV a 1 ano  à qual faz exames periódicos para controle da doença no posto de saúde do IAPI (SUS), em Porto Alegre.

     Ao longo da conversa com a paciente ela relata de como possivelmente teria contraído o vírus. Foi casada durante dez anos e faz um ano que está solteira, durante este tempo teve dois relacionamentos rápidos, um de quatro meses e outro de três, no primeiro inicialmente teve relações com preservativos mas depois de dois meses manteve as relações sem o preservativo. O relacionamento não durou.

     Após o término já do segundo relacionamento o qual ela teria tido relações apenas com preservativos, F.M.  começou a apresentar períodos de febres intensas, dores de garganta e alteração de gânglios, e procurou um médico (SUS).

Sem desconfiar do possível acontecimento, achou que tratava-se de apenas uma gripe ou problemas relacionados à garganta (faringite, laringite, etc.).

     Durante a consulta, diz ela que o médico (SUS)  lhe pediu vários exames os de rotina, sangue, glicose, hormonais e perguntou como estaria sua saúde ginecológica, se era casada,  e ela lhe contou sobre os acontecimentos desde sua separação até o último relacionamento. Durante a conversa o médico ficou sabendo de suas relações sem o preservativo e pediu também exames de doenças sexualmente transmissíveis.

     Então o médico encaminhou a paciente que não possui plano de saúde, ate os hospitais conveniados pelo SUS. A paciente relata que tanto o atendimento nos hospitais, como nos laboratórios o atendimento é eficaz, rápido e discreto. A demora é em função da demanda, visto que não são todas as unidades do SUS que fazem os respectivos exames, entre a coleta e os resultados, passaram-se trinta dias. Então com o laudo positivo, F.M. volta ao médico do SUS, que lhe pediu os exames e realmente foi confirmado o diagnóstico de HIV. Logo após, a notícia, a paciente relata que ficou abalada e demorou um pouco para digerir a informação, mas que logo foi indicada a passar com a assistente social da unidade, que passou todos os recursos, direitos e deveres que fariam parte de usa atual situação.

     Diante dos fatos, F.M, têm feito os acompanhamentos e exames necessários, segundo o médico, sua carga viral (cd4 + cd8) está na normalidade e não precisaria fazer uso de medicação por enquanto. O médico explica a diferença entre ser portador do HIV e AIDS, o portador, apenas apresenta o vírus sem complicações e sintomas, logicamente atrelado aos exames de cd4+cd8 e carga viral, que necessitam estar acima de uma contagem total de 350. Ml. Abaixo deste valor, segundo o médico é necessário começar a pensar na introdução de medicamentos.

     Para minha surpresa, durante o acompanhamento de F.M. ao seu médico para entrega de exames de rotina, pude acompanhar toda a consulta, o médico, muito receptivo, com uma postura bem acolhedora e respeitosa, perguntou quem eu era e o que estava fazendo ali, ela explicou e ele continuou normalmente a consulta, falando que os resultados estavam bons, que ela continuasse com a adesão aos exames e tratamento, que sua carga viral e cds4 e 8 estavam bons, e que dali pra frente sempre necessitaria ter relações com preservativos. Ainda durante a consulta o médico distribuiu preservativos femininos e masculinos a F.M. e pediu que a mesma fizesse as vacinas contra gripe A e gripe comum, e antes disso, na entrega dos exames, entre eles estavam o da tuberculose que também era negativo, e o médico explicou, que o exame da tuberculose é necessário ser feito de seis em seis meses, com portadores do HIV, pois é a doença oportunista/infecciosa que mais acomete e debilita os portadores da doença.

     Após o término da consulta, saí desta unidade, com uma perspectiva positiva em relação ao SUS, tanto pelas dependências da unidade como pelo preparo dos profissionais que ali estavam e pelos quais ela teve contato, mostravam respeito, preocupação, acolhimento e um olhar total e integral da paciente, como também mostravam uma equipe multidisciplinares onde várias opiniões entravam em jogo para melhor atender cada paciente. E na saída a assistente social convidou F.M. se ela gostaria de participar do grupo de auto cuidado para pessoas com HIV, que seria naquela unidade mesmo todas as quartas-feiras. A paciente ficou motivada e se sentiu valorizada.   

Leia mais sobre o assunto:  http://hypescience.com/por-que-o-brasil-e-exemplo-no-combate-contra-aids